Quem vê uma vaca no pasto, grande e forte, nem imagina: esses animais são extremamente sensíveis a variações grandes de temperatura. Por isso, o conforto térmico animal deve ser uma preocupação constante do pecuarista para alcançar uma boa produção.
O conforto térmico diz respeito a certificar-se de que os animais não sejam expostos a temperaturas altas que possam prejudicar sua saúde e seu bem-estar. O gado e outras criações, como as aves e os pequenos ruminantes, precisam de boas condições em seu ambiente.
Além de a qualidade de vida dos animais se refletir diretamente na produção, ainda é um sinal de respeito entre nós, humanos, e as outras espécies. Quer ver os principais motivos por que você deve garantir o conforto térmico dos animais? Continue lendo o post!
Importância e benefícios do conforto térmico animal
Assim como os seres humanos, os animais têm uma faixa ideal de temperatura do ambiente para conseguirem manter a temperatura corporal com pouco esforço. Quando está frio demais ou muito quente, o organismo direciona todos os seus esforços para a manutenção da temperatura.
O conforto térmico proporciona um melhor funcionamento das funções vitais do animal. Assim, o rebanho fica menos estressado, alimenta-se melhor, digere bem os alimentos, tem uma melhor oxigenação do organismo e produz mais.
Estresse térmico
O estresse térmico pode acontecer em temperaturas muito baixas ou altas demais. Cada uma das situações tem consequências diferentes para os animais. Para filhotes e animais jovens, o frio é o maior inimigo, pois há menos fermentação da comida no rumen.
Já os animais adultos têm mais problemas quando está quente demais. Entre os principais está a diminuição de apetite, que tem como consequência uma menor produção no gado leiteiro.
Temperatura ideal
Algumas pesquisas apontam que o intervalo ideal de temperatura para o rebanho é entre os 5°C e os 25°C, mas pode haver uma variação na máxima. Assim, o limite máximo suportado bem pelo gado pode ser de até 27°C.
Algumas raças são mais resistentes às temperaturas altas. Já as raças de origem europeia têm menor tolerância ao calor e devem ser preservadas ao máximo em dias mais extremos.
Análise do conforto térmico
Além da medição constante da temperatura que deve ser feita no ambiente dos animais, é muito importante observar a criação. Ter um bom controle sobre como vai a alimentação e a disposição geral dos animais ajuda a entender se eles estão passando por estresse térmico.
Parâmetros do conforto térmico
Há alguns fatores na fazenda que ajudam a garantir o bem-estar do gado. Na maioria dos casos, é necessária a instalação de um sombreamento artificial para os animais se abrigarem do sol forte.
O tamanho e a altura desse abrigo varia de acordo com a raça que é criada, o tipo de instalação e o local onde será feita. De uma forma geral, a recomendação é que ela tenha um declive de 1,5% a 2% para escoar os líquidos.
Além disso, a construção deve ser feita em uma área aberta, longe de outros prédios, árvores, encostas ou obstáculos que impeçam a circulação do ar. Por fim, o abrigo deve estar orientado no sentido leste-oeste, de modo que, ao longo do dia, o sol passe por cima de todo o telhado e não entre diretamente na construção.
Outra medida que ajuda a baixar as temperaturas é a instalação de vaporizadores de água e ventiladores no ambiente dos animais. O produtor também deve deixar água e alimentos sempre à disposição e à sombra.
Na pecuária, a previsão do tempo é uma grande aliada. Mesmo com as ondas de calor ou de frio, a meteorologia permite ao produtor estar sempre preparado para enfrentar qualquer cenário. Assim, ele consegue garantir o conforto térmico animal e obter sempre a melhor produção de sua fazenda.